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São José do Barreiro

Tempo de leitura: 5 min


Nosso destino dessa vez foi a pacata cidade de São José do Barreiro, no interior do estado de São Paulo. Confesso que logo gostei do nome da cidade. Seu visual é tipicamente interiorano: praça central, igrejinha, confortáveis bancos, comércio no entorno e poucas ruas saindo a partir deste marco. O que fomos fazer lá? Conhecer a entrada principal do Parque Nacional da Serra da Bocaina.


SJB fica próximo à cidade paulista de Bananal e seu principal acesso é pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), seguida da Rodovia dos Tropeiros (SP-068). A cidade beira a deslumbrante Represa do Funil, trecho do Rio Paraíba do Sul. Já a Serra da Bocaina é setor da gigantesca Serra do Mar, assim como suas coirmãs Serra dos Órgãos, Serra das Araras, dentre outras.



onde ficar
O Camping
           
Esse daqui já começa na aventura! Chegamos à cidade próximo às 10h da noite. Logo que avistamos sua praça central procuramos um lugar para nos informar sobre onde poderíamos nos instalar e fincar nossa Toca. Fomos a um tal Restaurante Rancho São José do Barreiro. Um local meio com ar do oeste, mas ainda com alguma sofisticação paulista. Uma espécie de oeste do leste (?). Lá, o dono, que nos atendeu muito bem, disse que haveria um camping não muito longe dali, mas que achava que fecharia as 11h. Corre! Porém o mesmo, muito solícito, ligou pra própria dona Esmeralda para se certificar e disse que estaríamos chegando logo mais. Chegamos à Pousada Dona Esmeralda, que, de fato, costuma fechar seus portões as 11h da noite (lugar pacato, lembra?). O acesso é uma estrada de terra de menos de 1 km, sem maiores preocupações (não fosse uma vaca que se opôs no meio do nosso caminho).

O camping – que também é pousada – é muito bom. Sua área verde é enorme e toda plana. Fica no pé do morro, o que lhe garante uma paisagem especial a mais. Os banheiros são amplos e com chuveiro quente. Há tomadas próximas a área de barracas e uma cozinha comunitária. A própria Dona Esmeralda também pode servir café com outros quitutes à parte.


aventura
O Parque

O acesso ao portão principal do PNSB, esse sim, é mais penoso. Ali o Chorão chorou. Um trecho, apesar de curto, bem íngreme e esburacado. Cuidado com seu veículo! Em dias chuvosos, se não tiver uma 4x4, é melhor não arriscar e estacionar pouco antes.

O Parque é imenso e marca toda a divisa sul entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, indo desde a região serrana até o litoral na baía de Angra. É cortado, de norte a sul, pelo rio Mambucaba e, além da parte alta – onde nos encontrávamos – tem a entrada secundária por Paraty, no Rio de Janeiro. Logo, existem zonas atrativas mais próximas a uma ou outra entrada, ou é possível fazer a Trilha do Ouro, que acompanha todo o rio Mambucaba e pode ser realizada em três ou quatro dias.

Pela entrada de São José do Barreiro vimos que poderíamos conhecer as belíssimas Cachoeira das Posses e Cachoeira do Santo Izidro. Também é possível seguir para o Pico do Tira Chapéu, o ponto mais alto do Parque com 2.088 m de altitude. Mas essa trilha deixamos para outro dia. Cientes de que a Cachoeira das Posses ficava mais distante do que a Cachoeira do Santo Izidro, optamos por fazer aquela antes desta.

A trilha é tranquila e segue sem muitas mudanças de nível. É muito ampla e sem caminhos secundários. Fizemos em cerca de 3h. A vegetação é típica de Mata Atlântica, densa e com muitas variedades. Uma belezura! Para não dizer que não passamos por obstáculo algum, num dado momento é necessário se transpor o rio. Nada muito vultuoso: água na altura das canelas e o caminho é esse mesmo. Ao chegarmos à Cachoeira das Posses nos espantamos com sua magnitude. É daquelas de impressionar mesmo e botar “medo” pela sua força e dimensão.




Pouco mais acima, antes de chegar a cachoeira em si, é possível ver o curso das águas antes da queda. Até pousamos sobre sua pedra para fazer um sofisticado lanche apreciando aquela imagem.


Porém sabíamos que boa mesmo para o banho seria a Cachoeira do Santo Izidro e fomos até lá.

Toodaviiiia, fomos impedidos por uma torrencial chuva que nos pegou no meio do caminho. Ah e sabe aquele rio que atravessamos na ida? Pois é, estava maior! Mas tranquilo, água agora na altura dos joelhos e vambora. Ficamos sabendo que a Santo Izidro tem uma queda d’água ainda maior (90 m!) e com um grande poço a recebê-la. Todo em areia, formando a típica praia. Deve ser mesmo ideal, mas a chuva tornou a visitação inviável. É assim mesmo, tem que saber lidar com as intempéries do tempo. Uns jogam futebol na chuva, nós fazemos trilha ;)

gastronomia
O que comemos
           
Logo de manhã procuramos um lugar onde pudéssemos tomar café. Afinal, conhecer o café local é se integrar com o lugar; é parte fundamental da trip para absorver novas culturas. Encontramos, na praça central, um lugar... mas um lugar... que charme. Biscoitos Mavic. Ali encontramos nosso delicioso café (não adoçado), um pão na chapa e o omelete da Lu. O café era tipicamente paulista, daqueles que te põe para acordar e ponto. Ah e os biscoitos, sim. São muitos e todos caseiros. Quase todos com açúcar mascavo e farinha orgânica, e opções como gengibre, milho, maçã e canela... olha, uma gostosura! Difícil comprar um saquinho só. Ponto alto da gastronomia.

a noite
O tal bar do oeste
           
Lembram do Restaurante Rancho São José do Barreiro? Pois foi lá mesmo que voltamos na noite do dia seguinte, não podia ser diferente. A mesma boa atenção que recebemos antes agora se confirmou em bom atendimento e algumas boas conversas. Ah e o cardápio é digno de elogio também. Fora a cachaça. Afinal, conhecer a cachaça local é se integrar com o lugar; é parte fundamental da trip para absorver novas culturas (já li isso em algum lugar). De início fui servido com uma cachaça boa, porém, ao meu ver, que pouco veio a dizer. Salvo engano, era da grande cidade vizinha, Bananal. Porém, pouco depois, no meio do papo, perguntei se haveria ali alguma cachaça local mesmo. Pra minha surpresa tinha. Essa... essa sim! Olha, não é fácil dizer isso, mas até hoje foi uma das melhores que esse palato aqui já tocou.

Fora isso, ficamos sabendo que em SJB tem um carnaval muito bem movimentado e animado. Para os amantes certamente vale a pena conferir.

Causo
           
Ao sairmos da cidade, já satisfeitos de tudo que poderíamos ter feito, ficamos sabendo de uma tal Cachoeira do Formoso, próxima a Rodovia dos Tropeiros, caminho para Bananal. Fomos lá, afinal estávamos com tempo e conhecer nunca é demais. Chegando lá nos deparamos com uma verdadeira cachoeira das famílias. Um lugar muito agradável onde parecia que todos iam para curtir os dias de sol. A queda não era enorme. O volume d’água não era imponente. Mas o banho estava garantido. Além de nos refrescar por fora, tomamos um bom tereré num clima absolutamente campestre. Fazer amizade também não foi nada difícil e logo estava tocando violão com um grupo muito simpático que estava ali num bom churrasco. Aliás, foi do mesmo grupo que surgiu a voz da sabedoria dizendo “aquelas nuvens vão chegar aqui logo e já está chovendo na nascente. Melhor irmos”. Levantamos acampamento e deixamos mais uma chuva regar a mata costeira. Lição: no campo a viagem nunca está perdida e não fique em cachoeiras nos momentos de chuva.



sugestões de playlist: Dead or Alive – Bon jovi; Churrasco, sertanejo e você – Fernando e Sorocaba

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