Conceição do Ibitipoca
tempo de leitura: 7 min
Um
lugar tão pequenino e com tanto a se dizer. Sim, Conceição do Ibitipoca é uma
vila. Mais especificamente, vamos lá: Ibitipoca (como é mais chamado) é um
distrito da cidade de Lima Duarte, MG. Fica a 89 km de Juiz de Fora. Porém,
para se chegar lá, você vai pegar uma estrada de terra de aproximadamente 25 km
do centro de Lima Duarte até o vilarejo. Mas não se preocupe, carros de passeio
normais, com um pouco de cautela e amor no coração, também chegam lá. Lembrando
que a todos os lugares que vamos é com nosso precioso Palio 1.0, carinhosamente
apelidado de “Chorão”.
Chegando
ao lugar nos deparamos com um ambiente altamente místico. O quê de interior
mineiro + espírito aventureiro + centro das humanidades missangueiras + legítima boemia permeiam a atmosfera de Ibitipoca. É
uma rua de paralelepípedos com belos bares, artesanato, música, campings
enfiados em becos e uma belíssima vista da Serra da Mantiqueira em todo
entorno, tudo harmonicamente amontoado e concentrado.
onde ficar
O Camping
Logo que chegamos vimos que teríamos
muitas opções. Para quem também gosta essencialmente de acampar, em Conceição
do Ibitipoca você não encontrará dificuldade alguma, mais também há várias
pousadas para se instalar. Fomos caminhando até encontrar um acolhedor Café Mineiro chamado Café Ibitipoca, logo na descida após o
centro. Esse lugar acabou se tornando o mais visitado no decorrer de toda
viagem, explicaremos logo mais. Após uma boa prosa inicial fomos aconselhados a
ir no Tô em Casa, um pouco mais à
frente na mesma estrada. Ótimo lugar! A área de camping é de tamanho médio e
quase toda plana (importante), há banheiros limpos e com água quente e cozinha
comunitária. O camping fica próximo ao centro e no caminho para o parque. Mas,
como eu disse, as opções não são poucas.
aventura
O Parque
Por falar, esse é o principal
atrativo do lugar: o Parque Estadual do Ibitipoca. Uma reserva natural
lindíssima, muito bem preservada, com diversos lugares para se ir e conhecer.
Fica a 3 km do centro de Ibitipoca e também é possível se chegar até sua
portaria com carro de passeio. O local é todo cortado pelo chamado Lago das
Miragens, que possui águas de impressionante coloração caramelo-alaranjado.
Cachoeira dos Macacos, Lago dos Espelhos, Gruta dos Coelhos, Gruta dos
Viajantes são algumas das atrações encontradas. Você se sente realmente num
parque de diversões! Precisamos ir ao Parque dois dias seguidos e, obviamente,
não conseguimos visitar tudo.
O Lago dos Espelhos foi onde encontramos o melhor lugar para mergulhar. Ali o nado é livre e amplo. Porém foi no segundo dia que fomos ao principal atrativo do local: a encantadora e hipnotizante Janela do Céu. É muito difícil descrever o lugar, uma fotografia explica bem melhor, e ainda assim não tudo, a magnitude do que estamos falando.
A trilha para a Janela do Céu é uma das mais extensas do Parque, porém não muito penosa. Suas subidas são de moderada inclinação e praticamente não há obstáculos a serem ultrapassados. São pouco mais de 7 km de trilha a partir da portaria e mais 7 para voltar, todavia decidimos voltar pela trilha secundária, pouca coisa mais extensa, para não vermos as mesmas paisagens. Chegamos bem cedo no Parque para tentar pegar ainda uma vista privilegiada. ÁLIAS, esse é um ponto importantíssimo! O Parque tem hora para abrir e fechar, de 8h ás 15h, e tem número limitado de visitantes por dia. No máximo 1.200. Também é possível se acampar no local e fazer reserva. O site é muito bem explicado e atualizado, todas essas informações e contatos são possíveis se obter lá. Voltando à trilha, ela é toda muito bem demarcada e com placas. O decorrer é quase todo de vegetação rasteira, então é preciso se proteger dos raios solares. A paisagem se mistura entre arbustos, árvores de médio porte, algumas belas flores e cactos. Em alguns trechos abrem-se ótimas janelas onde é possível se avistar melhor a região de serra, a cidade ao fundo e a boa altitude que se vai alcançando. O primeiro ponto marcante é o Cruzeiro. Um lugar onde tem uma cruz (né?) e dá para fazer uma pausa para o descanso. Porém decidimos ir um pouco além, onde sabíamos que teria um outro marco.
Pouco depois chegamos à Lombada, ponto mais alto do Parque e de toda a cidade de Lima Duarte, com seus 1.784m de altitude. Ali a vista de 360º é mesmo privilegiada e decidimos fazer nossa merecida pausa para o lanche. A neblina que nos acompanhou em quase todo o percurso começou a se dissipar e a vista foi se tornando cada vez mais incentivadora. Baterias recarregadas, retomamos a trilha. Dali parece que o tempo voou mais rápido. Chegamos a um ponto em que se encontravam a Gruta dos Fugitivos e Gruta dos 3 Arcos, quase que lado a lado. Todas muito belas e rendendo ótimas fotografias. A partir desse ponto praticamente se extinguem os aclives, passando a um percurso de trilha normal com algumas curvas de nível, inclusive alguns declives. Até que finalmente se chega a preciosa Janela do Céu. Além da magnífica paisagem que parece esculpida a mão, também se é possível tomar banho no local, pouco atrás da queda (se encarar a fria água de rio de altitude, evidentemente). Gastamos o tempo ali. As fotos não precisam se esforçar para sair magnânimas. Pouco acima também há um deck com incrível vista.
Após muito extasiados, saímos dali rumo a outra trilha que mencionei logo acima. E que feliz escolha! Não muito distante da Janela do Céu se chega ao lugar chamado Cachoeirinha. Só tenho uma coisa a dizer: que nome irônico!!! De cachoeirinha não tem nada, é uma queda d’água de aproximadamente 30 m, com um generoso e raso poço para se banhar e praticamente todo de chão de areia. Ou seja, um lugar perfeito para curtir a melhor praia fluvial que a natureza pode dar. A queda d’água também é massageadora e enche de adrenalina. Não machuca, pois a água vem espaçada em gotículas e não inteiriça como uma bica. O acesso à Cachoeirinha é uma descida bem íngreme, porém totalmente possível.
Dia ganho, fomos à volta sentido Gruta do Monjolinho, onde, apesar de pouco maior a trilha, pouco também se sente porque as paisagens são incríveis com vales, chapadas e cachoeiras ao longe. Imagens mesmo cinematográficas.
Ao todo, num ritmo muito leve de hiking, pausa para fotos e apreciações, fizemos todo o percurso em 7h. O Parque Estadual do Ibitipoca se mostrou mesmo incrível. Vale lembrar que o ingresso é R$ 10,00 por pessoa em dia de semana e R$ 20,00 em finais de semana e feriados. Mais se tem uma certeza com a qual se sai é que o valor vale a pena, visto a exuberância do que se vê e o estado de preservação e cuidado da reserva.
O Lago dos Espelhos foi onde encontramos o melhor lugar para mergulhar. Ali o nado é livre e amplo. Porém foi no segundo dia que fomos ao principal atrativo do local: a encantadora e hipnotizante Janela do Céu. É muito difícil descrever o lugar, uma fotografia explica bem melhor, e ainda assim não tudo, a magnitude do que estamos falando.
A trilha para a Janela do Céu é uma das mais extensas do Parque, porém não muito penosa. Suas subidas são de moderada inclinação e praticamente não há obstáculos a serem ultrapassados. São pouco mais de 7 km de trilha a partir da portaria e mais 7 para voltar, todavia decidimos voltar pela trilha secundária, pouca coisa mais extensa, para não vermos as mesmas paisagens. Chegamos bem cedo no Parque para tentar pegar ainda uma vista privilegiada. ÁLIAS, esse é um ponto importantíssimo! O Parque tem hora para abrir e fechar, de 8h ás 15h, e tem número limitado de visitantes por dia. No máximo 1.200. Também é possível se acampar no local e fazer reserva. O site é muito bem explicado e atualizado, todas essas informações e contatos são possíveis se obter lá. Voltando à trilha, ela é toda muito bem demarcada e com placas. O decorrer é quase todo de vegetação rasteira, então é preciso se proteger dos raios solares. A paisagem se mistura entre arbustos, árvores de médio porte, algumas belas flores e cactos. Em alguns trechos abrem-se ótimas janelas onde é possível se avistar melhor a região de serra, a cidade ao fundo e a boa altitude que se vai alcançando. O primeiro ponto marcante é o Cruzeiro. Um lugar onde tem uma cruz (né?) e dá para fazer uma pausa para o descanso. Porém decidimos ir um pouco além, onde sabíamos que teria um outro marco.
Pouco depois chegamos à Lombada, ponto mais alto do Parque e de toda a cidade de Lima Duarte, com seus 1.784m de altitude. Ali a vista de 360º é mesmo privilegiada e decidimos fazer nossa merecida pausa para o lanche. A neblina que nos acompanhou em quase todo o percurso começou a se dissipar e a vista foi se tornando cada vez mais incentivadora. Baterias recarregadas, retomamos a trilha. Dali parece que o tempo voou mais rápido. Chegamos a um ponto em que se encontravam a Gruta dos Fugitivos e Gruta dos 3 Arcos, quase que lado a lado. Todas muito belas e rendendo ótimas fotografias. A partir desse ponto praticamente se extinguem os aclives, passando a um percurso de trilha normal com algumas curvas de nível, inclusive alguns declives. Até que finalmente se chega a preciosa Janela do Céu. Além da magnífica paisagem que parece esculpida a mão, também se é possível tomar banho no local, pouco atrás da queda (se encarar a fria água de rio de altitude, evidentemente). Gastamos o tempo ali. As fotos não precisam se esforçar para sair magnânimas. Pouco acima também há um deck com incrível vista.
Após muito extasiados, saímos dali rumo a outra trilha que mencionei logo acima. E que feliz escolha! Não muito distante da Janela do Céu se chega ao lugar chamado Cachoeirinha. Só tenho uma coisa a dizer: que nome irônico!!! De cachoeirinha não tem nada, é uma queda d’água de aproximadamente 30 m, com um generoso e raso poço para se banhar e praticamente todo de chão de areia. Ou seja, um lugar perfeito para curtir a melhor praia fluvial que a natureza pode dar. A queda d’água também é massageadora e enche de adrenalina. Não machuca, pois a água vem espaçada em gotículas e não inteiriça como uma bica. O acesso à Cachoeirinha é uma descida bem íngreme, porém totalmente possível.
Dia ganho, fomos à volta sentido Gruta do Monjolinho, onde, apesar de pouco maior a trilha, pouco também se sente porque as paisagens são incríveis com vales, chapadas e cachoeiras ao longe. Imagens mesmo cinematográficas.
Ao todo, num ritmo muito leve de hiking, pausa para fotos e apreciações, fizemos todo o percurso em 7h. O Parque Estadual do Ibitipoca se mostrou mesmo incrível. Vale lembrar que o ingresso é R$ 10,00 por pessoa em dia de semana e R$ 20,00 em finais de semana e feriados. Mais se tem uma certeza com a qual se sai é que o valor vale a pena, visto a exuberância do que se vê e o estado de preservação e cuidado da reserva.
gastronomia
Especialidades da Casa
Desde que chegamos à Conceição do
Ibitipoca vimos muitas placas de um tal pão de canela. Curiosos, fomos
investigar. Parece ser mesmo um cartão de visita local. E que pão delicioso! Um
desperdício mesmo ir e não experimentar. Além do pão de canela existem umas
poucas variações como pão de maçã, maçã com canela, banana, entre outros. Tem
também os tradicionais queijos mineiros e muitos doces. A cachaça também é
marca registrada. Lembram do tal Café
Ibitipoca que fomos pedir informação logo no primeiro dia? Pois é, que
café! Lá ele tem os grãos de café da própria fazenda, sem marca, e as maquinas
de moer ficam no salão e ao fundo da loja. O aroma e sabor do café são
absolutamente indescritíveis. Também se encontram os tais pães ibitipoquês deliciosos e a Lu pode
encontrar ali um lugar que preparasse um delicioso omelete, já que ela quase
nada consome pão. Tá explicado o porquê não saímos dali durante três dias rs.
a noite
Muito estrelada
Destacamos o céu estelar porque num
dado momento olhamos para o alto e como num arroubo de fôlego exclamamos: “olha
isso!”. Não entendendo como nós mesmos não havíamos reparado nos tantos brilhos
do firmamento (com a licença do mestre Jobim) sobre nossas cabeças.
Voltando à noite, a de Ibitipoca é cheia e movimentada. Os bares do vilarejo que já apresentam sua beleza durante o dia parecem estar só esperando a noite para começar o show. Ibitilua, Nhoc Tipoca, La Gruta Pub são algumas das muitas opções que você vai encontrar para beber, comer e ouvir boa música. A frente do camping Tô em Casa, onde ficamos, tem o Diógenes Bar, que por coincidência nos abordou com muito carinho com um panfleto no meio da rua anunciando o show que teria logo mais à noite. Fomos lá conferir.
O clima de rock n’ roll, interior mineiro e decoração pitoresca, com alguns panos, boas luzes e velas, nos fez gostar logo de cara do lugar. A comida é muito boa, pedimos umas iscas de filé muito bem servidas e aceboladas. E tem também a tal cachaça mineira que... uma das melhores que já experimentei. A música informal e meio de garagem (como todo bom rock n’ roll deve ser) completaram a noite. Lembro ainda de ter dançado alguma coisa ao som de Since I’ve Been Loving You.
NOTA TRSITE: perdemos (quase)
todas as nossas fotos da viagem para Ibitipoca numa verdadeira crise de piti
que nosso HD teve. Digo quase porque restaram as que já tínhamos postado no Instagram
(pelo menos). Então as fotos deixadas especialmente neste post serão poucas,
mas valiosas.
Causo
Pouco
antes de irmos ao Parque, no primeiro dia, estávamos tranquilos em uma padaria
para tomar um bom café e comprarmos algumas garrafas de água. Lá, com a dona do
estabelecimento, é que ficamos sabendo que o Parque tinha limite diário de
pessoas e que nos finais de semana costuma lotar logo, já antes das 10h às
vezes. O problema é que ainda pretendíamos sacar dinheiro e o caixa era só lá
em Lima Duarte (sim, fomos despreparados, não cometemos mais esse erro). Pois
num é que a moça nos emprestou o dinheiro para que não perdêssemos a última van
para o Parque e pagássemos a entrada, nos deixou as garrafas de água, tudo sob
a alegação de que tínhamos cara de gente legal?! CARA DE GENTE LEGAL!! Esse foi
o certificado de que iríamos e voltaríamos para honrar com nosso compromisso.
Lição: não vá para os lugares, principalmente interior, sem dinheiro vivo,
tampouco espere obter voluntariosamente dinheiro emprestado, mas guarde com
carinho as histórias e benfeitorias que receber. Temos muito a ver e aprender
nesses rincões do mundo.
sugestões de playlist: Lua e
Estrela – Caetano Veloso; Waiting in Vain – Bob Marley; Since I’ve Been Loving
You – Led Zeppelin
Nenhum comentário: