Capitólio
tempo de leitura: 5 min
Capitólio,
a cidade das águas. Das muitas águas! Se seu destino é viver verdadeiras férias
de Sessão da Tarde, então coloque sua roupa de banho na mochila (ou nenhuma,
porque até opção pra isso tem lá) e pegue a Rodovia MG-050 rumo ao Largo de
Furnas, também conhecido como “Mar de Minas”.
Ali
você vai encontrar um parque de cachoeiras e será difícil escolher quais
conhecer (porque todas é impossível). Então vamos começar a destrinchar esse
paraíso no sudoeste de Minas.
onde ficar
O Camping
Áreas
de camping são facilmente encontradas em Capitólio, próximas ao centro, mais
afastadas, perto de um ou outro atrativo, ou ainda dentro de alguma área
preservada. Opções de pousada ou hotéis são ainda mais fartas na cidade. Nós escolhemos
ficar no Camping do Vale, mais
próximo ao centro, e não nos arrependemos em nada. Um camping muito bem
estruturado, com excelentes banheiros, água bem quente (aquecida por caldeira),
extensa área de camping e de estacionamento. Também conta com cozinha
comunitária ou opções servidas no próprio local. Ah, também existem tomadas
disponibilizadas na área de barracas. Enfim, não ficamos em falta de nada.
Todavia,
na alta temporada ou grandes feriados é aconselhável ligar antes e reservar,
seja onde for ficar, pois a cidade enche.
aventura
O Mar de Minas
Capitólio,
como disse, é uma das cidades que beira o Lago de Furnas. Isso credita muitas
possibilidades de passeios e paisagens incríveis. Um dos passeios mais
procurados são os de lancha ou escunas pelo Lago. São várias visitações
possíveis, mas a passagem pelos canyons
é obrigatória. Um deslumbre da natureza de fato!
Também
há algumas áreas preservadas com roteiro pré estabelecido. São elas Paraíso Perdido e Trilha do Sol. Na nossa trip optamos por fazer o Paraíso Perdido, uma área com 18
piscinas naturais e 8 quedas de água, conferindo beleza cinematográfica e puro
deleite. Apesar do lugar estar muito cheio quando fomos, não deixou de ser
encantador e oferecer alguns bons mergulhos. No local também existe a
possibilidade de se acampar e há um restaurante.
A
Trilha do Sol, que não tivemos tempo
de fazer (impossível conhecer tudo, lembra?), trata-se de um percurso, não tão
longo, onde se encontrará poços e cachoeiras pelo caminho. Nesse local também
há uma área reservada ao Naturismo. Isso mesmo, todo mundo peladão. Uma prática
bacana de respeito ao próximo e contato com a natureza. Não somos adeptos, mas
bom mesmo no mundo é existir as várias tribos, não é mesmo?!
Além
dessas áreas também há uma infinidade de outras cachoeiras, quase todas no
decorrer da MG-050. Lagoa Azul, Fecho da Serra, Cascatinha, Dicadinha, do Filó,
são algumas, mas só algumas mesmo, das muitas existentes. Ficamos sabendo de
uma Cachoeira da Capivara por ali,
que parecia ser muito linda e ainda pouco conhecida. Nos interessamos. Chegando
lá, ficamos sabendo logo na entrada que na verdade existiam duas: Cachoeira da Capivara e Cachoeira da Pedra Ancorada. A todas
era possível chegar de carro pela estradinha de terra, uma pela direita e outra
pela esquerda. Poreeeem, conversando um pouco mais, o simpático informante da
entrada nos revelou, “olha, é possível ir de uma a outra cachoeira a pé, a
trilha ainda não tá muito bem marcada, mas seguindo o rio não tem erro”. Não
tivemos dúvida! Era esse nosso roteiro. Fomos até a Cachoeira da Pedra Ancorada e ali estacionamos o Chorão, nosso
amado veículo.
Olha!
Olha! Que paraíso é aquele?! O lugar parecia um templo... templo de águas e
relaxamento. Um curso d’água com várias pequenas piscinas ou, por que não,
banheiras naturais, todas cuidadosamente esculpidas em rocha São Tomé. Gastamos
o tempo ali.
Após muito mergulho e algumas fotografias resolvemos pegar o
caminho do rio. Realmente a trilha não estava bem aberta em determinados
trechos e era necessário se transpor o rio para uma ou outra margem algumas
vezes. Mas de fato não tinha erro. Era só seguir e apreciar... apreciar muito.
A trilha realmente deu muito prazer e fizemos ela toda em pouco mais de 1h.
Ao
chegarmos à Cachoeira da Capivara
outro deslumbre. Tava chato ver tanta beleza já! Um enorme poço no meio de uma
grande depressão finalizado com a vistosa cachoeira. Perceba que a cachoeira já
era grande, mas a área total era tão soberbamente maior que, de longe, a capivara
parecia um esquilozinho (desculpem o trocadilho). O poço tem mais de 20m de
profundidade e o nado foi o término de um passeio extasiante.
Voltamos por
cima, pelo caminho do carro, numa pernanda bem mais curta que a de ida.
Tivemos
tempo ainda de ver, apenas ver, a Cachoeira
do Filó. Lindíssima! Segue foto.
E
para coroar a ida à Capitólio vale muitíssimo a pena dar uma passada no Mirante dos Canyons. Fica à beira da
estrada, numa propriedade particular, mas aberta à visitação durante o dia.
Visual magnífico!
Deve-se,
porém, destacar que a grande maioria dos passeios em Capitólio são pagos.
Ingressos não muito caros acertados no local onde você pode deixar seu carro.
Com exceção dos passeios em embarcações pelo Lago de Furnas que cobram valores
um pouco mais elevados por pessoa. É possível também contratar alguns pacotes
de roteiros na cidade.
gastronomia
Hora de forrar
Três
palavras para dizer: PÃO DE QUEIJO. Que Minas Gerais já é famosa pelo pãozin todos sabemos, mas se quer
encontrar um lugar ainda mais especializado no quitute pode ir para Capitólio
seguro. Ôôô delícia! Nas padarias você vai encontrar desde os pães mais comuns,
em tamanho coquetel, até gigantes e RECHEADOS pães de queijo. Isso mesmo! Pão
de queijo recheado com requeijão, frango, peito de peru... era difícil, viu.
Porém,
NOTA TRISTE: não encontramos café sem açúcar em toda a cidade. A todo lugar que
íamos o café servido já vinha adoçado. Não é a única cidade mineira em que
encontramos essa dificuldade. Por isso, se você, como nós, também não toma café
adoçado ou quer, simplesmente, utilizar seu adoçante, é bom ir preparado com
seu fogareiro, cafeteira, ou utilizar a cozinha comunitária do camping. O pó de
café mineiro local, esse sim, é possível encontrar em cada lugar que se vai.
a noite
A cerveja local
Em
Capitólio visitamos o Scarpas Bier Haus.
Um bar muito bem ambientado no centro da cidade. Tem música ao vivo, um típico
cardápio de bar noturno e... sua cerveja própria! A Scarpas Bier. Você provavelmente não vai encontrar essa cerveja em
nenhum outro lugar, apesar de seu rótulo e design
serem tão profissionais. E te falar, que cerveja gostosa! Muito mesmo. Tem as
opções, além da tradicional tipo Pilsen,
de trigo e Pale Ale. Além disso é
servido um delicioso drink da cerveja com limão e bordas de sal. Uma espécie de
caipirinha de cerveja.
Experimentei
também a cachaça local por ali. Uma cachaça chamada Rodriguinha. Muito boa, adocicada e com cheiro nato da cana. Mais
tarde não resisti e fui visitar o alambique em que é produzida, não muito
distante da cidade. Uma produção artesanal onde fomos muito bem apresentados à
todo o processo. Saímos de lá com nossa preciosa.
Tivemos
a oportunidade ainda de conhecer o Restaurante
Tropeiro. Um excelente lugar para se experimentar um bom peixe. Fomos muito
bem atendidos e todo o cardápio de comida mineira é muito apetitoso.
Causo
No camping, nossos vizinhos de barraca
pareciam ser uma animada grande família. Numa dada noite de churrasco, vinho e
violão me aproximei para ouvir o sonzinho de forma absolutamente cálida e despretensiosa,
enquanto a Lu foi tomar banho. Quando ela voltou eu já estava lá tocando e
rindo junto aos simpáticos anfitriões (como isso foi acontecer?). Nos
divertimos e cantamos bastante. Até que pontualmente às 22h o dono do camping
veio nos solicitar educadamente que fizéssemos contenção do barulho. Colocamos
nossa “viola no saco” e fomos dormir leves do vinho. Lição: respeite os
horários de silêncio no camping e sempre, sempre, faça amizades.
sugestões de playlist: Upside down – Jack Johnson; Medida certa –
Jorge e Mateus
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